segunda-feira, 11 de março de 2013

G1: Em SP, Jonas Brothers mostram som competente no meio de gritos femininos


Dos seis músicos que acompanharam no palco os irmãos Nick, Joe e Kevin no show dos Jonas Brothers na noite de domingo (10), em São Paulo, uma teve uma tarefa redundante: a vocalista de apoio. A voz da cantora por trás do trio de popstars no palco é só mais uma das milhares de vozes femininas de fãs à frente do grupo norte-americano.
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Trio americano se apresentou na noite deste domingo (10) em São Paulo (Foto: Flavio Moraes/G1)Trio americano Jonas Brothers se apresentou na noite deste domingo (10) em São Paulo (Foto: Flavio Moraes/G1)

O resto do sexteto e o trio principal apresentam um pop rock competente por baixo da 
camada de gritos do público. Mesmo em um local menor - o Credicard Hall, com capacidade para 7 mil pessoas, que não parecia esgotada - a banda que já tocou em estádios no Brasil ainda provoca frenesi.
Em 2013, a turnê brasileira do Jonas Brothers já passou por Curitiba e Belo Horizonte e irá passar ainda pelo Rio, na terça-feira (12) e em Porto Alegre, na quinta-feira (14).
A apresentação começou por volta das 20h e terminou às 21h35. O repertório é baseado nos três mais recentes discos de estúdio dos quatro da banda - apesar de pedidos insistentes do público por "Please be mine", do primeiro álbum, de 2006, a faixa não foi tocada.
No repertório ainda estavam músicas "seminovas" como "Let´s go", que começou a ser tocada em shows em 2012, e pode estar no próximo álbum da banda em 2013, que deve ser o primeiro do grupo em quatro anos.
O trio incluiu no repertório uma faixa fora da curva do pop "adolescente" que se espera dos Jonas Brothers: cover de "Thinkin' about you", de Frank Ocean, cantor de R&B incensado pela crítica. Foi um dos momentos em que Nick Jonas mais se esforçou para mostrar vocal extremamente agudo, às vezes oscilante, além de "Last time around", esta com arranjo mais roqueiro. Eles também citaram trechos de "We are young", do Fun, e "The A team", de Ed Sheeran.
Jaquetas mostram personalidades
As jaquetas usadas por cada um dos três irmãos ajudam a decifrar suas personalidades no palco e contribuições musicais para o som do trio.
 Trio ainda se apresenta no Paraguai e no Uruguai após sequência de shows no Brasil (Foto: Flavio Moraes/G1)Kevin Jonas em show dos Jonas Brothers em São Paulo no domingo (10) (Foto: Flavio Moraes/G1)
À esquerda do palco, de jaqueta de couro marrom "clássica" sob camisa de gola fechada, Kevin Jonas, quase sempre preso à guitarra, é uma versão mirim e mais simpática de guitarristas de rock britânico dos anos 90. Perto do pop eletrônico que domina as paradas atuais, surpreende a quantidade de guitarras de "Still in love with you" e "BB Good", dois bons números do início do show que contam com as distorções do Jonas "britpop".
A jaqueta de Joe Jonas é a mais excêntrica: verde com mangas escuras, com calças vermelhas que combinam com o pedestal de brilho rubro, apoio quase não usado por ele. O músico é o que mais se mexe em torno do centro do palco. Ele é o Jonas inquieto, ao mesmo tempo "descolado" - de óculos escuro e no comando de músicas de ritmo menos quadrado como a quase reggae "Just in love" - e clichê - comanda os pedidos para pular e gritar e canta a balada soul insossa "Gotta find you".
Jonas Brothers se apresentam no Credicard Hall, em São Paulo (Foto: Flavio Moraes/G1)Joe Jonas em show dos Jonas Brothers em São Paulo (Foto: Flavio Moraes/G1)
Se Joe é o coração do show, Nick é o cérebro. Seu casaco o revela mais sóbrio: é claro de botões que permanecem fechados até o fim do show - ao contrário dos irmãos que se rendem à camiseta já na metade da noite. O irmão apelidado "Mr. President", com pinta de líder, fica quase o tempo todo parado na extrema esquerda do palco. Mas é ele que toca mais instrumentos - guitarra, teclado, percussão - e é de Nick que vêm os números mais surpreendentes.
Além de "Thinkin about you", de Frank Ocean, outra boa surpresa comandada por Nick é "Wedding Bells", também surgida nos shows de 2012, de arranjo crescente, de balada climática a rock. A fórmula se repete em outros momentos: a música começa com Nick e vai crescendo com a entrada dos outros músicos.
Irmãos já se apresentaram em Curitiba e Belo Horizonte e têm shows marcados no Rio de Janeiro e Porto Alegre nos dias 12 e 14 (Foto: Flavio Moraes/G1)Irmãos já se apresentaram em Curitiba e Belo Horizonte e têm shows marcados no Rio de Janeiro e Porto Alegre nos dias 12 e 14 (Foto: Flavio Moraes/G1)
"Lovebug", quase no fim, e o bis com "SOS" e "Burning up" são a catarse de pop adolescente esperado. Na plateia estavam garotas nem tão jovens assim. Várias aparentam ter quase vinte anos - o que significa que tinham 14 quando a banda estourou, em 2007. Talvez elas "cresçam" com a banda, que pode até procurar um caminho de pop mais sofisticado, como indicam as covers de Fun e Frank Ocean, artistas consagrados no último Grammy.
Mas no fim do show, o clima era de entrega à emoção juvenil. Na saída do Credicard Hall, uma fã comenta: "Eu não consegui chorar, mas teve uma hora tinha uma coisa que estava molhando meu olho..."

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